Tinha de haver uma boa razão pela qual eu viajava para Europa, mas nunca ia a Roma. Afinal, visitei a "cidade luz" há 20 anos e já poderia ter voltado para um novo "look". Nunca havia questionado o porquê de haver cidades que sempre retornava, mas nunca Roma. Dentro de mim havia um motivo oculto, algo que não lembrava e que me faria passar mais uns bons anos sem ir a Roma.
Esse ano, eu não consegui evitar: fui intimado a visitar belíssima cidade, mundialmente conhecida por suas glorias e suas tragédias (assunto para outro post) e então descobri o porquê de meu desinteresse em voltar. Apesar de toda a sua beleza e história, Roma é uma cidade suja, cheia de mendigos/pedintes (não necessariamente nesta ordem) e hordas de turistas – a maior concentração por metro quadrado que já vi. De tal forma que se torna, literalmente, uma Via Crusis para passear, uma cidade caótica, muito ruim para se caminhar e muito difícil de ser aproveitada. Vejam bem, não fui durante a altíssima temporada. Fui no fim da alta. Imaginem em Julho!!!
Já na chegada, vindo do aeroporto Fiumicino, no trem expresso Leonardo Da Vinci, fiquei chocado com a quantidade de pichações nos muros, trens e casas. Quase pensei ter me enganado de trem, na correria da chegada, ou mesmo de aeroporto.
Na estação de trens "Termini" – ponto de chegada do expresso vindo do aeroporto e de outros trens vindos da Itália e de outras partes da Europa – fiquei abismado com a quantidade de pessoas fumando dentro da estação, sem respeitar os avisos de "proibido fumar". Roma é uma cidade com muitos fumantes e a grande maioria ignora os avisos e não respeita espaços fechados e nem o outro.
Da estação de trem ate o B&B fui de metrô. Antes tivesse ido de ônibus. Primeiro porque a fila para comprar o bilhete era quilométrica, segundo porque a estação do metrô parecia ter saído de um filme de guerra, tamanha a confusão e quantidade de obras ocorrendo. Alem disso, era um formigueiro humano, pois interliga as duas principais linhas. Todo mundo passa por ali. E mais, acessibilidade não é um fator relevante para o metrô de Roma. Além do sobe e desce de escadas (não rolantes), cada troca de linha se torna uma batalha pela vida quando se carrega uma mala. Os portadores de necessidades especiais devem ter muitos problemas. Talvez por isso eu não tenha visto muitos cadeirantes ou gordos. (quem sabe passo um mês em Roma e perco uns quilos!? Naaaaa).
Mas como diz o ditado, vamos dar a César o que é de César. A cidade realmente é belíssima! Apesar do caos do metrô, o transporte público como um todo funciona e funciona bem. Os ônibus seguem o padrão europeu de linhas, o que facilita muito a locomoção. E mais, os passes de transporte fazem você economizar bastante.
Com certeza não tenho a mínima vontade de voltar. Acho que duas visitas na vida é o suficiente para uma cidade como Roma. Afinal, qual a probabilidade de aparecem novas ruínas? Mas é um lugar que ninguém deve deixar de conhecer, só é preciso um bom preparo psicológico, uma boa escolha de datas e muita paciência.
Um comentário:
Roma é maravilhosa!
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